segunda-feira, 20 de julho de 2009

Da Mochila - Hermes & Afrodite

Uma história de amor e perda silenciosa. Dedico essa pra minha amiga Rebeca. =)


Hermes morava em Mercúrio
Afrodite em Vênus

Hermes tinha uma tarefa
Contar estrelas

Afrodite tinha uma tarefa
Roubar estrelas

Um dia, Hermes notou
Que no céu, uma estrela faltou
("Muitas estrelas", Hermes falou)

Hermes, pelo universo vagou
Por entre nebulosas pesquisou
E alguém então lhe falou
Afrodite foi quem roubou

Então para Vênus ele voou
E quando lá pousou
Afrodite o recepcionou
"Bem vindo jovem, que bom que chegou"

Tamanha beleza o desmontou
Não pôde dizer, então parou
Parou, parou parou, pensou

"Mulher, por que minhas estrelas roubou?"
"Sem elas, minha vida para o nada se tornou"

"Jovem, sem as estrelas, vida em mim, se acabou"
"Tenho de toma-las assim como tu presenciou"

"Se tens de rouba-las, seu problema acabou"
"Contarei as estrelas daqui, sim, eu vou"
"Elas vão me seguir, pois gostam de quem se apaixonou"

Então, (segundo,minuto,hora,dia,semana,mes,ano,década...) passou
Hermes em seu amor se afundou
Em buscar as estrelas para ela, se preocupou
Depois da caça, à Vênus voltou
De cara, outro homem encontrou

"Afrodite!Este homem nossa terra profanou"

"Jovem, nosso amor se acabou"
"Um novo alimento, este me apresentou"
"Estrelas há muito já não me agradou"

"Mas eu as trouxe para ti, por que não me avisou?"

"Não importa. Seu favor, já me cansou"

Então, para Mercúrio, Hermes voltou
Qual foi a sua surpresa, quando notou
Que o planeta que tanto cuidou
Graças ao amor, desmoronou
Depois, ao universo ele jurou

"O amor,um lado apenas tem. O lado de quem ama. Pois o outro lado,
É o lado de quem recebe. Amor é dar e não receber. Amar é abandonar.
Quem não perde nada amando, não ama."

3 comentários:

Rafael Noris disse...

Tantos "-ou" nos versos devo admitir que cansaram um pouco, mas como foi intencional, está valendo. Sem contar que o choque q ocorre no final por ela não ter rima, mas transmitir uma passagem conceitual, nos desconecta do resto do poema... deixamos de pensar no Hermes como alguém fora de nós. Hermes, um sonhador, é o q vc mostrou. Hermes sou eu, Hermes, então, somos nós! Abraço

Anônimo disse...

Hermes havia cansado daquela sua vida em Mercúrio.
Havia cansado de contar as estrelas e, sem Afrodite, nada mais tinha sentido... Além do fato de que lá fazia muito calor.
Pensou em ficar - de uma vez por todas - em Vênus, já não tão quente, porém só lhe fazia lembrar-se do amor... Eram como sinônimos.
Hermes havia cansado do amor.
Havia cansado de correr durante os intervalos, num vazio, na solidão.
Decidiu então, ir para o planeta seguinte... A Terra.
Logo se empolgou com a ideia de ver o mar. Foi parar no Caribe, onde conheceu o misterioso marinheiro Scout.
Scout era cheio de histórias, e Hermes estava sempre de ouvidos a tais palavras hiperbólicas e com sotaque russo. Scout fora criado em São Petersburgo, embora nascido em alguma cidadezinha da Polônia.
Entre as histórias, a que mais chamou a atenção de Hermes era uma onde um grupo de piratas liderado por St. Pain tinham como objetivo atacar embarcações provenientes das colônias espanholas, em meados de... (decidi, por ora, não citar datas), onde eram comandadas pelo marinheiro Scout.

Anônimo disse...

Hermes aprendeu bastante com o marinheiro, no qual sempre dizia a frase de um tal Pessoa: “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
Os olhos de Hermes já podiam sorrir.
Criaram um laço forte de amizade. Amizade – até então sentimento desconhecido por Hermes.
Mas ele queria mais... Queria explorar a Terra! Despediu-se de seu amigo, e viajou para o norte, horas e horas de viagem, se encontrando então no estado de Washington, EUA.
Certo dia, andando sozinho em torno da belíssima foz do rio Columbia, Hermes avistara um menino, não muito alto, de aparência triste, fraco, sujo... Ao se aproximar, Hermes perguntou por seu nome e, hesitante, o menino o fitou e respondeu:
- Ji... Jimmy...
- Você parece estar com sede, tome, esta água está fresca. – adiantou Hermes, tirando uma garrafa d’água de sua mochila. Jimmy aceitou, mas continuava com a mesma expressão, ou melhor, sem expressão alguma em seu pálido rosto.
- Sei que ne..neste rio há um peixe dourado, m..mas eu não posso eu não consigo! Eu não sei nadar... E eu que..quero muito este peixe. – Disse Jimmy, com uma voz quase muda.
Hermes sentiu que precisava ajudar este pobre menino e, subitamente, pulou no rio e foi em busca do peixe dourado. Graças à Scout, Hermes nadava muito bem. Rapidamente agarrou o peixe e o jogou na direção de Jimmy.
Jimmy não se contentava de tanta alegria, parecia outra pessoa. Hermes, satisfeito, foi embora, e ouviu uma voz de longe num tom estridente:
- Você me trouxe a felicidade e eu nem ao menos sei teu nome!
- Hermes, meu amigo, Hermes!
E continuou seu trajeto.
Hermes viajara praticamente o mundo todo; conheceu as mais diversas culturas, pessoas... Há muito não sabia o que era sentir tamanha felicidade.
Anos se passaram, e dessa vez ele estava na Grécia, mais precisamente em Atenas. Ficou deslumbrado com a beleza e história de sua arquitetura.
Em um dia ensolarado, andando diante de uma plantação de hortaliças, seu coração começou a disparar. O amor reflorestara em seu peito.
Palas não era tão bonita como Afrodite, mas Hermes sequer desta lembrou.
Simplesmente fechou os olhos e cantou:
- Minha adora, és tu, minha nova amada! Encher-te-ei de beijos e não pensarei em mais nada.
Ao ouvir tal declaração, Palas também abriu seu coração:
- Era por você que eu estava esperando, meu querido. Procurei-te até no infinito! Oh, Hermes! Você será meu marido.
E assim se proferiu. Depois do casamento, a raiva que Hermes sentia pelo amor, sumiu.
E ele percebeu que, o amor, não tem apenas um lado. Do mesmo modo que amava Palas, ele também se sentia amado. Estava realizado.
Ganhou um presente de seu velho amigo Scout, contendo o seguinte recado:
“Parabéns, meu caro Hermes. De você eu me orgulho; e acredite, não há barulho mais sincero, que as batidas do coração. Agora, preste atenção:
Viva em cada vão momento, eu terei de voltar para minha terra, e não ficar perto de você eu lamento.”
E o presente, foi uma estrela, que há tempos Hermes não parava para olhar. Scout não queria que ele deixasse de pensar em sua essência, em Mercúrio, mesmo tendo passado tantos anos...
E assim, viveram felizes para sempre.

Hallelujah!


Rebeca Felippe
(baseado nos poemas de Melchior)

02/03/09