quinta-feira, 30 de julho de 2009

Comediantes

Esse poema foi baseado no personagem Comediante da HQ Watchmen.
Um homem de guerras. Banal.

E se eu apontasse o trabuco
Não pro alto, de ameaça
Mas pro meio da fuça
Quem correria na frente
Do teu rosto
Condenado?
Há de se duvidar
Que justiça exista
Menino brinca
Homem xinga
Mas e se eu apontar
Com um sorriso
Só de imaginar
Litros de sangre
Saindo da jugular
E rir
Como apenas aquele
Que viu a verdade
Que tem o talento
Da comédia.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sem título

Pegou algumas peças presas no teto de seu quarto
Ao espaço, era o destino do garoto
Percorrendo os corredores da casa de gelo
Buscava combustível para a nave voar
Com muita coragem, invadiu o quarto dos pais
Com passos suaves de uma criança ao biscoito
Retirou a peça que havia no criado mudo
Beijou a testa dos dormentes ali
Voltou ao quarto
Feliz, trancou a porta e deu início
Começou a contagem regressiva
As luzes acesas, para não perder um detalhe
Sentou-se, apreensivo
Levou as mãos ao objeto que o levaria longe
E a primeira página se abriu...
E então ele partiu

por Melchior Cristo da Silva Barbosa

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Entrevista para a revista "Plutões"

Bom, atendendo aos pedidos calorosos, postarei uma das minhas entrevistas que fiz nos últimos meses. Essa foi em Junho para a revista "Plutões". Eu tenho a capa mas to sem scanner. Amanhã talvez eu poste-a para você(s). Bem, vamos lá:

"Algumas pessoas o talento de se auto-promoverem. Enaltecem seus atributos, sejam eles tangíveis ou intangíveis, de forma que assim, conquistam a persuasão e a admiração de um bom número de pessoas. Muitos dos casos encontramos dentro dessas pessoas, um camarim completo, onde elas ensaiam as falas, abusam da maquiagem e vão para o show. Mas como vocês, leitores assíduos da revista Plutões sabem, não estamos atrás de pessoas tão comuns. Artistas plásticos (sem ofensa aos reais, os verdadeiros). Artistas que vivem em gondolas esperando para serem apanhados por algumas que necessitam de suas funções. Essa revista tem como princípio encontrar o pior de um ser, a escuridão mais longíqua que o mesmo afasta para os confins da galáxia. E nos confins nos deparamos com um blogueiro que atendia as nossas propostas. Melchior Cristo da Silva Barbosa. Auto-destruitivo, desiludido e frustrado. Ao mesmo tempo carente, esperançoso. Um perfeito dramalhão que conseguiria afastar mosquitos ao abrir a boca. E não seria pelo mal hálito. Mas ele não afasta os redatores da Plutões que conseguiram uma entrevista exclusiva com esse ser deprimente. No sentido menos pejorativo da coisa. Acompanhe agora a entrevista:

- Plutões: É um prazer para você nos receber, certo?

- Melchior: É claro! É bem raro eu conseguir me expressar num meio tão grande como a revista Plutões!

- Plutões: Mesmo sabendo que somos fruto da sua imaginação carente de atenção?

- Melchior: Ora, claro! Esse sou eu! Vocês são eu mesmo!

- P: Estamos aqui para rir de você...não te incomoda nem um pouco a idéia?

- M: Estou rindo de mim mesmo...

- P: De fato...mas vamos às perguntas. Como se esforçar para tirar um poema da cabeça e no final descobrir que ele é, ou trivial e banal, ou incoerente e contraditório?

- M: É complicado. É como matutar elogios para uma bela garota, lapida-los e quando você termina, vê que ficou preso a mesmice. Isso em parte é culpa da falta de leitura, vocabulário e portifólio.

- P: Então os poemas são como amar?

- M: Não necessariamente. No meu caso, a complicação de amar e ser amado, faz com que saia da minha cabeça, coisas complicadas de se entender. Incoerentes ou contraditórias. Na pior das situações, banais e triviais. (choros)

- P: Entendo. Além do amor, existe alguma outra fonte de "energia" para se fazer poemas?

- M: Falando de mim há um bocado de raiva.

- P: No caso, a raiva é bem-vinda então?

- M: Há duas formas de se escrever. Duas formas sentimentais ao meu ver. A raiva e o amor. Geralmente encontramos a raiva sob a máscara da comédia. E o amor sob a máscara da moral.

- P: Explique melhor.

- M: Não sei explicar. Meu raciocínio é vago no que eu mesmo disse. Mas basicamente, o que realmente amamos é suprimido pela nossos códigos morais. E para esconder o ódio, temos que rir, fazemos comédia.

- P: Nossos leitores acharão isso bem desinteressante ao meu ver.

- M: Não se culpe. Culpe a mim.

- P: Já vamos embora, ok? Foi um prazer estar com você nesse curto tempo. Mas temos que pegar a estrada antes que anoiteça. Obrigado.

- M: Hahahahahahaha! Bela desculpa!"

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Projetos


Fim da série Da Mochila. Foi um sucesso. Saí em jornais, fui retwittado inúmeras vezes, fui convidado para entrevistas...mas chega. Segue agora a lista de projetos.

- Fazer um curso de história da arte e desenho básico

- Começar a rabiscar minhas próprias tiras (processo ja iniciado)

- Usar de elementos multimídia com poesia

- Continuar a escrever

- Terminar alguma história iniciada há muito tempo


e outras coisas aperecerão por aí, ou por aqui...

Fiquem com uma foto minha



segunda-feira, 20 de julho de 2009

Da Mochila - Hermes & Afrodite

Uma história de amor e perda silenciosa. Dedico essa pra minha amiga Rebeca. =)


Hermes morava em Mercúrio
Afrodite em Vênus

Hermes tinha uma tarefa
Contar estrelas

Afrodite tinha uma tarefa
Roubar estrelas

Um dia, Hermes notou
Que no céu, uma estrela faltou
("Muitas estrelas", Hermes falou)

Hermes, pelo universo vagou
Por entre nebulosas pesquisou
E alguém então lhe falou
Afrodite foi quem roubou

Então para Vênus ele voou
E quando lá pousou
Afrodite o recepcionou
"Bem vindo jovem, que bom que chegou"

Tamanha beleza o desmontou
Não pôde dizer, então parou
Parou, parou parou, pensou

"Mulher, por que minhas estrelas roubou?"
"Sem elas, minha vida para o nada se tornou"

"Jovem, sem as estrelas, vida em mim, se acabou"
"Tenho de toma-las assim como tu presenciou"

"Se tens de rouba-las, seu problema acabou"
"Contarei as estrelas daqui, sim, eu vou"
"Elas vão me seguir, pois gostam de quem se apaixonou"

Então, (segundo,minuto,hora,dia,semana,mes,ano,década...) passou
Hermes em seu amor se afundou
Em buscar as estrelas para ela, se preocupou
Depois da caça, à Vênus voltou
De cara, outro homem encontrou

"Afrodite!Este homem nossa terra profanou"

"Jovem, nosso amor se acabou"
"Um novo alimento, este me apresentou"
"Estrelas há muito já não me agradou"

"Mas eu as trouxe para ti, por que não me avisou?"

"Não importa. Seu favor, já me cansou"

Então, para Mercúrio, Hermes voltou
Qual foi a sua surpresa, quando notou
Que o planeta que tanto cuidou
Graças ao amor, desmoronou
Depois, ao universo ele jurou

"O amor,um lado apenas tem. O lado de quem ama. Pois o outro lado,
É o lado de quem recebe. Amor é dar e não receber. Amar é abandonar.
Quem não perde nada amando, não ama."

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Da Mochila - Relógio

Esse é recente, feito no começo do ano no caderno enquanto alguém balbuciava uma aula chata.

Dizer que o tempo é
Intangível, Invisível
É irônia de quem quer
Negar, Cegar

Mudei a hora do relógio
Meio-dia agora é meia-noite
Escolho a hora do ócio
Ao paradigma, o coice
Foice

Assutei o vizinho
Mudando móveis
Na hora imóvel

Tempo...
Tangível
Mutável
Visível
Sensível

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Da Mochila - Indigestão

Indigestão

Eu tenho medo do que possa ser
Esse alimento que me desce
Pela garganta arranha
Pela garganta arranha
O estômago contrai
Tudo que entra sai
Pela garganta arranha
Só sente quem apanha

Sem dizer
Uma palavra
O rosto fala
Por mim só
Sem entender
Uma parada
O sonho canta
Por mim só

Pela garganta arranha

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Da Mochila - Ano Novo

Vou colocar durante alguns dias, algumas coisas que escrevi num passado não tão distante. Coisas que ficaram andando na mochila por um tempo:

Ano Novo

Primeiro de janeiro
Rastro dos fogos no canteiro
E é assim todo janeiro
Depois vem fevereiro
Nós celebramos o ano novo
De novo e de novo

Vamos celebrar por aqueles
Que não tem nada a celebrar
Vamos nos embebedar às preces
Praqueles que não sabem se embebedar

Machucaremos os silênciosos
Pois eles irritam os tendenciosos
Esses são as promessas do ano novo
As mesmas do ano passado que era novo

Escolham suas facas já em novembro
Comecem afia-las em dezembro
Apresente-as em janeiro
Use-as em fevereiro

Entupiremos as aortas
Para descobrirmos novas portas
Sentiremos culpa lamentosa
Mas isso é pena meticulosa

E é assim todo janeiro
Logo depois é fevereiro
Resto dos fogos no canteiro
Facas afiadas para o ano inteiro

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sorrisos

Olá! Saudades de você aqui blog. Desculpa o curto abandono, mas muita coisa acontecendo e nada de novo. Trabalhando bastante pra sustentar algo que ainda nem sei. Mentira. Gastei salário com roupas. Mas comprei coisas interessantes também, tipo, livros. ^^

Cara, vou te contar...esses dias me peguei pensando em sorrisos. Andando por aí, vendo pessoas, conhecendo as suas falhas e forças. Definitivamente há uma necessidade de sorriso no mundo. Queremos sorrir por 24 horas e queremos que nos façam rir por 24 horas. Já leu ou ouviu em alguns lugares algumas garotas dizendo "gosto de homens que me façam sorrir, que sejam engraçados."? E isso me fez pensar que ninguém ta afim de tristeza do outro não. Jamais.

Mas tem um problema nisso tudo. Com toda nossa malícia e xavecos babacas, todo nosso machismo e força e sorrisos, conquistamos uma garota. Até ela ver que a gente é fraco, falho e não sorri por 24 horas. Temos problemas, medos, angústias, pressões. E aí, tudo muda. Do cara que era de bem com a vida, que fazia esquecer dos problemas, pro cara frio, curto e grosso, desatencioso.

Quando vamos entender que não existe perfeição e uma pessoa que não tenha problemas? Quando vamos admitir a fraqueza do mundo e a hipocresia que nos cerca?

Sabe, as vezes acho que vou ficar "sozinho" mesmo, sem uma boa companheira. Como vou conseguir alguém se eu sou pura fraqueza? Se não sei sorrir por muito tempo, se não sei fazer sorrir por muito tempo? Isso me deixa triste, muito triste. Ter que provar minha força a todo momento se nem mesmo a tenho. Uma força imaginaria, criada por alguém. As vezes acho que Deus é um halterofilista. Porque só assim pra explicar que alguém forte, é alguém de músculos. Alguém que resolve tudo na brutalidade. Pois o importante é resolver e não como resolver. A cara fechada e séria a todo momento, mas sorria quando botar mais um otário abaixo. Isso é perfeição...supremacia.

E sorria quando mandarem, sorria apesar da dor, sorria a todo momento, pois se não, espantará a "clientela". Ninguém quer saber da dor do outro não. Queremos é felicidade a todo momento, mesmo que ela não exista. Por isso penso que é por isso que somos descartados logo. Quando não tem mais felicidade, não tem mais interesse. Aproveitamos enquanto há, pois a tristeza, é despresível.

Não garanto minha supremacia por muito tempo. Eu não sei sorrir o tempo todo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Varejeira

Manja quando você sente que tá indo de cara com um muro? E o mais legal de tudo é que você gosta disso. Estraçalhar-se, espatifar-se. Qual uma mosca que irrita o chão que sustenta a nossa vaga moral.

E eu to com uma vontade deliciosa de me espatifar. É só mais um pouco de coragem e meu sangue vai ficar espalhado num muro vermelho. Vermelho-sangue. A 130km/h.
Sem vestígio. Sem passado, presente ou futuro. Perfeito. Assim como o resto das moscas. Nem precisa empurrar. Eu vou sozinho.

Porque numa boa? Eu cansei de comer merda todo dia...

terça-feira, 7 de julho de 2009

7 Vidas de 1 Homem

1ª se foi quando apanhou por querer um brinquedo
2ª se foi quando apanhou por desenhar na parede
3ª se foi quando apanhou por não comer brócolis
4ª se foi quando apanhou por ficar abaixo da média
5ª se foi quando apanhou por que era aluno novo
6ª se foi quando apanhou por gostar de preto e rock
7ª se foi quando apanhou por amar demais

e se houvessem oitavas, nonas, décimas, perderia todas.