terça-feira, 9 de junho de 2009

A Saga do Churrasco - Pt. II

Logo que comecei o meu "rolê", vi uns caras chegando com amplificadores e cubos. Alguns carregavam alguns instrumentos. "Opa! Vai rolar uma bandinha aqui" pensei comigo. A decepção foi total quando vi a Kombi dos caras: "Molekagem". Sério, isso não é lá muito empolgante. Aí eu vi a cuíca, o cavaquinho...resolvi ir um pouco distante da zona.

Depois do campo de futebol tinha uma ladeira que dava pra perto de um riacho. Munido de um mp3 player, resolvi ficar ali ouvindo umas músicas e pensar na vida. Era um lugar silêncioso e tranquilo, perfeito para o maior dos clichês dos churrascos: roda de fuminho. Na boa, eu não gosto, saí de lá antes que me notassem e ouvissem meu não e me culparem por "estragar o barato" deles.
Engraçado isso. Uma pessoa que não fuma é praticamente culpada por trazer consciência pra essa galera e fazer eles sentirem o peso da mesma...vai entender...

Resolvi voltar pra perto das carnes e bebidas, mas ali do lado a "Molekagem" já rolava solta. Mesmo com o mp3 eu sofri com aquele som horrível. Não tinha como ficar ali. Meu amigo estava lá , servindo numa boa e ainda levava uns tapas na bunda de uns canhões de guerra. Fui pra onde os carros estavam estacionados. Sentei perto de um e fiquei ali ouvindo meu som, olhando pro céu. Fechei os olhos e...senti o carro balançando. Num impulso instintivo, levantei rápido e olhei pra dentro do veículo. É, a ex-noiva não se aguentou e foi dar uma "volta" no carro de um dos caras da festa. Bem romântico. Resolvi que era melhor sentar, beber refri e aguentar o pagodão. Antes de voltar, pude ver o noivo bêbado tentando argumentar com a sua noiva que ela tava vendo coisa demais...ok, estavamos todos vendo coisas demais.

Meu amigo churrasqueiro já estava de cara azeda, não suportando aquilo ali. Eu vi o loser dos foras dormindo num cantinho abraçando uma garrafa de cerveja. O resto dançava o pagode de forma no mínimo interessante...
Olhei pro meu amigo bebedeiro e ele já tava com uma debaixo do braço acenando e sinalizando "já tenho carona". Foi a deixa pro outro largar as carnes e sinalizar pra mim "Vambora?". Sem pensar duas vezes, concordei e fomos direto pro carro. A ex-noiva sai do seu "rolê" tombando no chão e rindo. O cara ajeitava as calças. A galera do fuminho já subia a passos lentos de volta para a festa. Foi o bastante pra um dia só.

Voltei pra casa e li um livro sobre a ditadura no Brasil. Valeu o dia.

Fim!

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